Você já deve ter ouvido falar que a vitamina D é essencial para a sua saúde, principalmente para prevenir a osteoporose. Deve saber também que a melhor maneira de ativar a síntese desse nutriente é tomando sol. A vitamina D é um importante hormônio produzido a partir da alimentação e, principalmente (90%) pela pele, por meio à exposição a radiação UVB dos raios solares.
Entretanto, a novidade é que estudos têm demonstrado que mulheres com miomas, em geral, apresentam deficiência da vitamina D. Seria então a vitamina D um fator de proteção contra os miomas? Segundo um estudo publicado no jornal científico Fertility and Sterility, a deficiência de vitamina D desempenha um papel significativo no desenvolvimento de miomas uterinos. Os pesquisadores apontaram que a vitamina D3 (um dos tipos do nutriente) reduz a proliferação de células do leiomioma in vitro e o crescimento dos tumores em modelos animais in vivo.
No estudo, as mulheres com menores níveis da substância apresentaram casos mais graves de miomas. Já as mulheres com níveis suficientes de vitamina D eram menos propensas a desenvolverem os tumores.
Você pode estar se perguntando, como uma vitamina, conhecida por proteger seus ossos, pode proteger seu útero contra os miomas?
A explicação é que a vitamina D exerce ações diretas ou indiretas em mais de 200 genes envolvidos na regulação do ciclo celular. Ela participa de diversos processos no organismo, incluindo a regulação da proliferação e diferenciação celular, a angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes) e a apoptose (morte celular programada). Ou seja, todos esses processos participam do desenvolvimento de um tumor, que nada mais é do que o crescimento anormal e desordenado das células.
Para corroborar a tese, um estudo publicado em março deste ano, no BMJ, feito com 33.736 pessoas, que foram acompanhadas durante 16 anos, mostrou que níveis adequados da vitamina D reduziram o risco de desenvolver um câncer em 20%.
Como saber se você tem bons níveis da vitamina D?
Segundo estudos internacionais, estima-se que aproximadamente 40% dos adultos apresentam a hipovitaminose D, cujo principal fator é a falta de exposição solar. “O Brasil está abaixo da linha do Equador, portanto aqui a incidência dos raios solares é maior e temos mais dias ensolarados do que os países localizados no hemisfério norte. Mesmo assim, poucas pessoas têm o costume de tomar sol por conta os riscos do câncer de pele e do fotoenvelhecimento”, explica o ginecologista Dr. Edvaldo Cavalcante.
Mas, o médico alerta: tomar sol é fundamental! “Infelizmente, pelos hábitos da sociedade moderna, como trabalhos em lugares fechados e menos tempo ao ar livre podem levar à deficiência da vitamina. Portanto, a recomendação é tomar sol, de preferência com braços e pernas expostos, durante 20 minutos”.
Como ou sem protetor?
Este é um assunto controverso no meio médico. Alguns estudos dizem que o protetor atrapalha a absorção dos raios UVB pela pele. Mas, em maio deste ano, a Sociedade Brasileira de Dermatologia apresentou um estudo revelando que o uso do filtro solar não impacta na absorção do nutriente. Segundo a pesquisa, a pessoa pode usar o protetor solar e tomar até às 10h ou depois das 16h.
Como saber se tenho deficiência?
“Para ver se os níveis da vitamina D estão bons, é possível fazer exames de sangue. Há suplementos que podem ser indicados, mas é preciso cuidado na administração, pois em altas quantidades, a substância pode ser prejudicial, por isso, somente o médico pode fazer essa avaliação e prescrever a suplementação”, diz o médico.
Quanto à prevenção dos miomas, os estudos devem continuar para esclarecer melhor os mecanismos da vitamina D na formação dos tumores e para investigar se a substância pode ajudar no tratamento dos miomas. Enquanto isso, que tal investir na sua alimentação e tomar sol?
Na prática é assim: você coloca alimentos ricos em vitamina D no seu prato, mas para que ela seja absorvida e sintetizada pelo seu organismo, você precisa tomar sol!
Veja uma lista dos alimentos ricos em vitamina D:
- Ostras
- Salmão, arenque, atum ou sardinha
- Ovos
- Fígado de boi ou de galinha
- Laranja
- Cogumelos (shitake)
- Leite e derivados