Adenomiose: que doença é essa?

Adenomiose: que doença é essa?

Útero aumentado, cólicas, dores pélvicas, sangramento excessivo e dor durante a relação sexual. Estes sintomas podem indicar uma série de doenças ginecológicas, entre elas a adenomiose. Pouco conhecida do público leigo, a adenomiose, até alguns anos atrás, só era diagnosticada depois que o útero era retirado e enviado para um estudo anatomopatológico.

Isso quer dizer que a mulher precisava passar por uma histerectomia para se livrar dos sintomas e descobrir o que os causava. Mas, com o avanço dos exames de imagem, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, além das técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, como a histeroscopia e videolaparoscopia, hoje é possível realizar o diagnóstico sem a necessidade de retirar o útero. E isso é muito importante para mulheres que desejam engravidar.

Aliás, um dos motivos da adenomiose se tornar mais conhecida é justamente devido ao fenômeno da maternidade tardia, já que a doença parece ser mais comum em mulheres entre os 40 e 50 anos de idade. Quando a mulher tem dificuldade para engravidar, a investigação do ginecologista pode levar ao diagnóstico da adenomiose, por exemplo.

Mas, afinal, que doença é essa?
Segundo o ginecologista e cirurgião, Dr. Edvaldo Cavalcante, a adenomiose se caracteriza pela invasão de células do endométrio no miométrio. “O endométrio é parte interna do útero, sendo extremamente vascularizado e repleto de glândulas que participam do ciclo menstrual. Já o miométrio é a camada muscular do útero, que participa das contrações uterinas no momento do parto”.

“Na endometriose, as células do endométrio migram e podem ser encontradas em outros órgãos e estruturas, como ovários, tubas uterinas e intestinos, por exemplo. Na adenomiose as células do endométrio se implantam no próprio útero, no miométrio. Portanto, a adenomiose se define pela presença de glândulas endometriais e de estroma (tecido conjuntivo vascularizado) na camada muscular uterina”, explica Dr. Edvaldo.

Útero aumentado
Umas das consequências da implantação de células endometriais no miométrio é o aumento do volume uterino, que pode ser sentido no exame ginecológico e visto em exames de imagem. Quanto aos sintomas, Dr. Edvaldo explica que é muito variável e depende da profundidade do miométrio atingido.

“A adenomiose está associada a dismenorreia (cólica menstrual), hemorragia, dor pélvica crônica e dispareunia (dor durante a relação sexual). O sintoma mais prevalente é a dor pélvica”, comenta o cirurgião. Um estudo realizado com 710 mulheres na pré menopausa que fizeram histerectomia mostrou que apenas 4,5% delas não apresentavam sintomas. A dismenorreia era a queixa mais prevalente, relatada por 81,7% do grupo.

Comorbidades

E para quem acha que a adenomiose é o único problema, aqui vai uma informação importante: quase sempre está associada a outras doenças ginecológicas ou pélvicas. “A adenomiose está relacionada à produção do estrogênio, ou seja, é uma doença hormonodependente. Desta forma, frequentemente está associada a outras doenças que também são hormonodependentes, como miomas e a endometriose”, diz Dr. Edvaldo. Evidências recentes mostram também que a adenomiose é uma possível causa de infertilidade, assim como interfere nos processos de fertilização in vitro.

Diagnóstico e tratamento
O ginecologista irá realizar o exame físico, levantar a história clínica e solicitar alguns exames. O exame mais comum é o ultrassom transvaginal, mas podem ser solicitados outros, como a ressonância magnética ou ainda cirurgias diagnósticas, como a histeroscopia ou a videolaparoscopia.

Um dos maiores desafios da adenomiose é o tratamento da infertilidade. “Não há um consenso sobre a melhor forma de tratar os casos sintomáticos, principalmente nas mulheres que querem engravidar. Quanto às técnicas cirúrgicas, em mulheres que desejam ter filhos é possível fazer a adenomiomectomia, cujo principal objetivo é retirar as lesões de forma segura, mantendo a integridade da parede uterina. Mesmo sabendo do impacto adverso no útero e para os resultados da fertilidade.

Naquelas que não desejam engravidar, o tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, a retirada do útero ainda é o tratamento com melhor resultado”, finaliza Dr. Edvaldo.

7 thoughts on “Adenomiose: que doença é essa?

  1. Boa tarde.tenho 31 anos de idade nunca tive filhos e sofro desse problema…….infelizmente nunca vou puder ter filhos não tenho como pagar um tratamento desses. a medica informou-me que se quisesse engravidar tinha que fazer tratamentos de fertilidade mas eu sei não vai resultar é uma dor muito grande so queria puder ter a experiencia maravilhosa de ser mãe. minha mãe teve 9 filhos desses filhos todos eu sou a única que não pude dar um neto…..sofro muito com isso….

    1. Olá Nadia,
      Procure outro médico para uma segunda opinião. Muitas vezes, após a cirurgia para retirar os focos da endometriose, a mulher consegue engravidar naturalmente, sem precisar de tratamentos extras para engravidar, como a fertilização in vitro. Procure os hospitais-escola, que possuem serviços gratuitos e especializados em endometriose. Hospitais ligados às faculdades de Medicina. Boa sorte!
      Obrigada
      Equipe Dr. Edvaldo

  2. Boa noite Dr.Edvaldo Calvacante sou Cristiane da Silva Bento fui sua paciente há 17 anos atrás o senhor é um excelente profissional.bom o queria tira uma dúvida fiz uma transvaginal dia 26/09/2018 é o diagnóstico deu útero aumentado com alterações ecotextural difusa neste caso preciso fazer a retirada do útero tenho 42 anos tive três filhos qual seria a opinião do senhor por favor .

    1. Olá Cristiane, boa tarde
      Não é permitido pelo Conselho Federal de Medicina fazer atendimentos ou emitir opiniões sobre doenças ou condições pela internet. Somente durante uma consulta com o médico. Ficamos à disposição para agendar uma consulta com o Dr. Edvaldo. Ele atende em dois endereços: no Brooklin e no Hospital Albert Eistein.
      Obrigada
      Equipe Dr. Edvaldo Cavalcante

  3. Boa dia Dr.Edvaldo Calvacante, sou Maria tento 40 anos e fui diagnosticada em em outubro de 2018: ÚTERO HETEROGÉNIO E AUMENTO DE TAMNAHO, SUGESTIVO DE ASDENOMIOSE, LESÃO EXPANSIVA NA REGIÃO ANEXIAL, DE PROVÁVEL ORIGEM OVARIANA,
    Minha pergunta e, eu não posso mais engravidar?

    1. Olá Maria das Graças,
      A adenomiose é uma condição que afeta a fertilidade em geral. Há tratamentos que podem ser feitos para aumentar a chance de engravidar. Mas, cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico.
      Obrigada
      Equipe Dr. Edvaldo Cavalcante

  4. Boa dia Dr.Edvaldo sou Maria tento 40 anos e fui diagnosticada em em outubro de 2018: ÚTERO HETEROGÉNIO E AUMENTO DE TAMNAHO, SUGESTIVO DE ASDENOMIOSE, LESÃO EXPANSIVA NA REGIÃO ANEXIAL, DE PROVÁVEL ORIGEM OVARIANA,
    Minha pergunta e, eu não posso mais engravidar?

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