De acordo com recente pesquisa feita pelo ginecologista Dr. Edvaldo Cavalcante, em parceria com o Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade (GAPENDI), 50% das mais de 3 mil mulheres que responderam ao estudo foram diagnosticadas com o transtorno da ansiedade generalizada. Outras 34% receberam o diagnóstico de depressão.
A pesquisa corroborou dados de vários estudos internacionais feitos ao longo dos anos, que mostraram que a endometriose pode levar ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, por exemplo. Segundo Dr. Edvaldo, a cronicidade da endometriose é o principal fator de risco para os transtornos mentais, juntamente com a dor pélvica crônica e a infertilidade.
“Uma doença crônica como a endometriose requer diversos cuidados com a saúde e causa preocupações que podem elevar o nível do estresse. A tensão já começa na busca pelo diagnóstico, que pode levar em média oito anos aqui no Brasil, de acordo com nossa pesquisa, sendo a média mundial sete anos. Passar por vários médicos pode ser desgastante, principalmente quando as queixas são desvalorizadas e há dificuldade em confirmar as suspeitas”, diz o médico.
Impacto do diagnóstico
Um momento que é de grande importância é o do diagnóstico, pois pode aumentar o estresse e a ansiedade. “Ao receber a notícia, a mulher se dá conta que tem uma doença incurável, que pode afetar diversos aspectos da sua vida, como o trabalho, os estudos, a vida social, o relacionamento e, para algumas, o sonho de ser mãe, por exemplo”, comenta a coordenadora do Gapendi, Marília Gabriela.
“A notícia deve ser dada com muito zelo por parte do médico e é interessante que a mulher seja aconselhada a procurar ajuda psicoterápica para lidar com o impacto inicial do diagnóstico”, comenta Dr. Edvaldo. Entretanto, isso não é uma realidade no Brasil. A pesquisa mostrou que apenas 24% das entrevistadas foram orientadas a procurar um psicólogo/terapia e só 13% o fazem.
Lidando positivamente com a endometriose
Os estudos também mostram que não são todas as mulheres com endometriose que irão desenvolver transtornos psiquiátricos por conta da doença. “Existem fatores protetores e fatores de risco envolvidos na ansiedade e na depressão. Há mulheres com histórico familiar destas doenças ou que já tinham o diagnóstico anteriormente ao da endometriose. Mulheres com histórico prévio de baixa autoestima e problemas com a imagem corporal também podem ter um risco maior quando o assunto é ansiedade”, comenta Dr. Edvaldo.
Por outro lado, mulheres sem histórico familiar ou pessoal de ansiedade ou de depressão e que têm uma boa autoestima, assim como aquelas com relacionamentos afetivos estáveis podem estar mais protegidas, segundo os estudos. As pesquisas sugerem que nestes casos há maior facilidade em ressignificar o diagnóstico e reorganizar a vida para conviver com a doença.
Dor é o principal fator de risco
De todos os achados sobre o impacto da endometriose na saúde mental, o mais importante, segundo os estudos, é a gravidade da dor pélvica crônica. “Segundo a nossa pesquisa, 91% das brasileiras com endometriose sentem dor em algum momento, sendo que 34% delas sofrem durante 15 dias no mês, entre a ovulação e a menstruação. Certamente, conviver com a dor de forma crônica é o aspecto mais difícil de lidar na endometriose”, comenta Marília.
Estratégias e recursos
Veja agora algumas dicas que podem prevenir quadros de ansiedade e depressão, assim como podem ajudar a gerenciar o estresse e a lidar melhor com a endometriose:
- Procure ajuda: O aconselhamento de um terapeuta/psicólogo é fundamental no momento do diagnóstico.
- Cuide da alimentação: Há estudos que mostram que a alimentação ajuda muito no tratamento e no controle da dor. Leia mais aqui:
- Pratique atividade física: Além de ajudar a controlar o peso que pode aumentar por conta do tratamento da endometriose, a atividade física libera substâncias que levam ao prazer e ao bem-estar, diminuem o estresse e ajudam a controlar a ansiedade.
- Controle a dor: Converse com seu médico. O principal objetivo do tratamento é controlar a dor e isso é possível, seja por meio de cirurgia ou de medicamentos.
- Gerencie o estresse: encontre uma atividade que você goste de fazer, tenha momentos de lazer, pratique meditação ou qualquer hobby que ajude você a controlar a ansiedade o estresse.
- Compartilhe sua história: Compartilhar sentimentos, angústias, história pessoal ou dúvidas com outras mulheres que têm endometriose pode ser muito bom. Além do Gapendi, há vários outros grupos espalhados pelo Brasil.
Ref:
Tive um diagnóstico de endometriose . Esse texto me esclareceu muito . Pois aqui em Maceió os médicos ainda estão perdidos.
Preciso de ajuda . Pois minhas dores não me deixam ter vida social.
Olá Sandra
Ficamos felizes que nosso conteúdo tenha sido útil para você. Procure um especialista em endometriose. A dor pode e deve ser tratada, seja com cirurgia ou com medicamentos. Lembre-se também de adotar uma vida saudável, fazer atividade física, se alimentar corretamente e encontrar maneiras de gerenciar seu estresse. Continue nos acompanhando!
Obrigada
Equipe Dr. Edvaldo
Ola Boa noite fui diagnosticada com endometriose e adenomiose o medico me pediu para fazer uma colonoscopia e fazer uso de pietra h 2mg esse meficamento tem alguma reacao forte pous estou com muito medo de tomar e ter reacao por favor alguem me ajuda obrigada.
Olá Ana Paula
Pergunte ao seu médico, ele é a melhor pessoa para lhe responder este tipo de questão.
Obrigada
Equipe Dr. Edvaldo