Atrasos ou irregularidades no ciclo menstrual podem indicar a presença de um cisto ovariano
A maioria das mulheres irá desenvolver pelo menos um cisto de ovário durante a vida. Em grande parte dos casos, os cistos ovarianos são benignos, não causam sintomas e desaparecem sem nenhuma intervenção. Há vários tipos de cistos ovarianos, sendo os mais comuns os cistos funcionais, que se dividem em dois tipos: foliculares e os de corpo lúteo.
Segundo o ginecologista e cirurgião, Dr. Edvaldo Cavalcante, os óvulos de desenvolvem dentro de uma espécie de “saco”, chamado de folículo. “Este folículo fica dentro dos ovários e, na maioria dos casos, se rompe liberando o óvulo. Quando isso não acontece, se forma o cisto folicular devido ao líquido que se acumula dentro desta estrutura”.
O cisto ovariano folicular é o mais frequente e seu tamanho pode variar de 2,5 cm a 10 cm. Na maioria dos casos não há sintomas. Mas, em algumas mulheres podem ocorrer alterações no ciclo menstrual, como atrasos. “Os cistos foliculares, em sua grande maioria, são achados ocasionais em exames de ultrassom. Eles costumam regredir dentre de 4 a 8 semanas, depois que o líquido é absorvido pelo organismo. Também podem se romper durante uma relação sexual ou ainda durante um exame pélvico”.
Cisto de corpo lúteo ou cisto hemorrágico?
O cisto de corpo lúteo é menos frequente que o folicular. “O cisto de corpo lúteo resulta de uma hemorragia que ocorre na fase de vascularização do corpo lúteo. Por isso, também é chamado de cisto hemorrágico. Estes cistos têm em média 4 cm de diâmetro, mas podem se romper, levando a um quadro de abdômen agudo”, explica Dr. Edvaldo.
Mas, afinal, o que é o corpo lúteo?
Dentro de cada folículo há um óvulo imaturo. Durante a fase folicular do ciclo menstrual, esses folículos se desenvolvem sob a influência do hormônio folículo estimulante (FSH) e apenas um irá liberar o óvulo. Quando essa fase termina, o que sobrou deste folículo se transforma no corpo lúteo, uma glândula provisória que irá secretar estrógeno e progesterona.
O que fazer?
A conduta nos cistos funcionais, na maioria dos casos, é conservadora. O médico pode solicitar alguns exames para acompanhar a evolução do quadro e, em alguns casos, prescrever anticoncepcionais para acelerar a regressão dos cistos e impedir a formação de outros.
Em algumas mulheres, o cisto de corpo lúteo pode persistir por mais de duas semanas, duração média da fase lútea. Por esse motivo, pode ocorrer atraso menstrual, dor pélvica pelo aumento do cisto e também dor durante o toque vaginal.
Cirurgia é indicada em pouco casos
Os cistos funcionais e os cistos hemorrágicos costumam regredir dentro de 4 a 8 semanas, em média. Mas, se depois deste período aumentarem ou persistirem, mesmo após tratamento clínico, a remoção cirúrgica pode ser uma alternativa. A cirurgia pode ser realizada por técnica minimamente invasiva – a videolapasocopia.