A endometriose, doença caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, pode atingir os ovários. Quando isso acontece formam-se os chamados endometriomas, também conhecidos como cistos de chocolate, designados assim devido ao seu conteúdo espesso e escuro.
Estima-se que de 17 a 44% das mulheres com endometriose apresentam o endometrioma. Os ovários, juntamente com o fundo de saco de Douglas (espaço anatômico localizado entre o útero e reto nas mulheres), são as localizações mais comuns da endometriose. De todos os cistos ovarianos que necessitam de cirurgia, os endometriomas representam 35% e estão associados a um estágio avançado da endometriose.
Como surge o endometrioma
Segundo o ginecologista, obstetra e cirurgião ginecológico, Dr. Edvaldo Cavalcante, o endometrioma começa a se formar com o implante de pequenas células do endométrio na superfície do ovário. “Com o passar do tempo, essas células podem crescer e se transformar em um endometrioma. Estes cistos são formados por tecido denso, com conteúdo escuro e espesso. Dificilmente se rompem ou são absorvidos pelo organismo”, explica.
Sintomas dependem do tamanho
“ O endometrioma é uma causa muito comum de dor pélvica, porém cistos menores que 3 cm dificilmente causam sintomas. Em geral, dispareunia (dor na relação sexual), dismenorreia (cólica menstrual), dor mais intensa durante a ovulação e subfertilidade são sintomas associados ao endometrioma”, explica Dr. Edvaldo.
Endometrioma pode levar à subfertilidade
Segundo Dr. Edvaldo, o endometrioma pode levar à subfertilidade, ou seja, ao tipo de infertilidade que pode ser reversível e permitir a concepção natural. “Estudos sugerem que os mecanismos da subfertilidade associados ao endometrioma têm ligação com as mudanças na foliculogênese (formação dos folículos ovarianos); insuficiência luteínica e luteinização (formação do corpo lúteo) sem a ruptura folicular”.
“Outra questão importante é que a região em torno do endometrioma é menos vascularizada, o que a deixa mais sujeita ao estresse oxidativo, o que parece afetar os folículos ovarianos. Por fim, a endometriose também impacta na qualidade dos ovócitos, as células sexuais que dão origem aos óvulos”, explica o médico.
Ultrassom transvaginal pode detectar endometrioma
Muitas vezes, o endometrioma pode ser evidente ao exame físico quando o médico encontra uma massa palpável, quase sempre acompanhada de outros sintomas sugestivos de endometriose. Para confirmar a suspeita, é solicitado um ultrassom transvaginal que tem altas taxas de sensibilidade e especificidade para diagnosticar um endometrioma, além de ser um método não invasivo e de custo acessível.
Tratamento: alívio da dor é principal objetivo
O alívio da dor é um dos principais objetivos do tratamento do endometrioma. Além disso, é feito também para prevenir complicações, como torção ou rotura, assim como para excluir malignidade, para melhorar a subfertilidade e para preservar a função ovariana. “Nas pacientes assintomáticas e com endometriomas menores que 3 cm, a conduta é conservadora, feita com acompanhamento clínico e com medicamentos, se necessário. Porém, a retirada cirúrgica do endometrioma é a abordagem mais eficaz para atingir os objetivos terapêuticos”, explica Dr. Edvaldo.
Entretanto, o especialista ressalta que a recorrência do endometrioma após a cirurgia pode ser de 6 a 30% em 1-5 anos. Muito ainda se discute sobre as causas de recidiva e fatores predisponentes, os quais ainda permanecem incertos. O estágio da endometriose e a idade da mulher no momento da cirurgia – quanto mais avançada a doença e mais jovem a paciente, maior o risco de recidiva. A supressão da menstruação com hormônios (amenorreia – não menstruar) após a cirurgia e técnica cirúrgica diferenciada podem diminuir a taxa de recidiva.
“É importante que a cirurgia seja feita por um médico especializado, pois é preciso evitar ao máximo agredir o tecido ovariano para não comprometer seu funcionamento. Devemos lembrar ainda que o endometrioma pode ser apenas a ponta do iceberg, ou seja, pode ser a parte visível da patologia, pois durante a cirurgia podemos nos deparar com um estágio mais avançado da doença do que o esperado. Por isso, é preciso realizar uma avaliação mais detalhada previamente à cirurgia, para melhor planejamento do procedimento cirúrgico”, conclui o médico.
Tenho endrometioma nos dois ovários tenho risco de fazer a cirurgia e ficar infértil pra sempre?
Olá Adriane
O endometrioma está ligado à endometriose. Porém, apenas o médico pode lhe dar essa resposta sobre a infertilidade. Há cirurgias que removem o endometrioma, preservando os ovários e assim a fertilidade. Mas cada caso é analisado de forma individual.
Para mais informações, por favor agende uma consulta pelos nossos telefones.
Obrigada
Equipe Dr. Edvaldo Cavalcante.
Oi, boa noite
Estou grávida de 10 semanas e com endometrioma de 7, 22 cm, sempre q eu deitava eu conseguia sentir o endometrioma apalpando, pois estava muito grande, só q hoje faz 2 dias que não consigo sentir ele, é possível que ele tenha rompido? E qual seria os riscos caso ocorresse um rompimento?
Muito obrigado!
Olá Valéria,
Você precisa ir ao médico o quanto antes.
Boa sorte
Tenho endrometrioma faço acampamento com utrason porém ele já está do mesmo tamanho tem 2 anos não cresceu nem diminuiu isso é normal? OBS já fiz 2 cirúrgias de endometriose, a última já tem 7 anos
Olá Dayse
Converse com seu médico
boa sorte
Olá,
Fui parar no hospital com algumas dores, desconfiei de apendicite, mas no ultrassom o médico me disse que é o tal do Endometrioma. Agendei um ultrassom total do abdômen e um transvaginal. Mas o que eu acho estranho e me incomoda, é que eu sinto um nódulo, ele é palpável. É normal?
Estou aguardando a data dos dois ultrassom, pois o primeiro que fiz na emergência achei que foi muito rápido e parece que “mal feito”, o que me deixou bem encanada.
Olá Giovana
O ideal é você falar com seu ginecologista. O endometrioma é característico de quem tem endometriose, principalmente em um estágio mais avançado da doença. O cisto pode ser muito grande mesmo, a ponto de você sentir desconforto. Boa sorte